Manutenção preventiva: guia completo sobre como fazer
Quando se trata de veículos, algumas medidas são muito importantes para o proprietário usufruir ao máximo de seus benefícios. A mobilidade é a vantagem principal, mas também não podemos negar que nos referimos a um bem, uma posse que tem custos e precisa de cuidados periódicos para se manter funcional.
É nesse ponto que a manutenção preventiva entra em cena. Uma ação fundamental para garantir eficiência e segurança, evitando riscos e prevenindo a deterioração do automóvel a longo prazo.
A grande questão é: como realizá-la de uma maneira efetiva? Neste guia, vamos apresentar tudo o que precisa saber sobre esse processo. Confira!
1. O que é manutenção preventiva?
Todo mundo entende o que é uma manutenção: um conjunto de ações que visam reparar um dano. Em alguns casos, ela pode ocorrer previamente, evitando que a peça ou equipamento se estrague por completo, ou pode significar a recuperação total, acontecendo quando a máquina já não funciona.
Quando falamos de manutenção preventiva, a referência é o primeiro caso. Isto é, trata-se de um tipo de reparação que acontece antecipadamente, com o intuito de evitar a necessidade do conserto da máquina inteira. Inclusive, é citada na norma NBR-5462, como uma modalidade de manutenção com o propósito de se antecipar em relação aos danos ou falhas de equipamentos.
2. Como funciona a manutenção preventiva?
A primeira característica que destacamos sobre essa manutenção é o fato de ela ocorrer periodicamente. Por ser preventiva, a ideia é que sejam agendadas as verificações com o intuito de não só identificar, mas reparar os danos existentes. Mais do que o conserto de fato, a preventiva trabalha com o controle e monitoramento das falhas.
Por exemplo, no caso de uma motocicleta, a manutenção preventiva ocorreria com visitas periódicas ao mecânico para analisar o veículo e verificar se suas peças funcionam corretamente. Por isso, é uma iniciativa que deve ser planejada e feita durante intervalos de tempo, já que o objetivo é reparar os problemas e continuar utilizando normalmente.
Em geral, há gatilhos que determinam a hora de realizar a manutenção. Eles são parâmetros que indicam se o veículo não vem apresentando o mesmo desempenho. Essa medida varia de modelo para modelo e de acordo com o tempo de fabricação.
3. Quando fazer a manutenção preventiva?
Indicadores são uma boa forma de medir quando é necessário fazer a manutenção de veículos. De maneira geral, são condições estipuladas previamente e que devem ser observadas. Por isso, o monitoramento é tão importante para conseguir avaliar com certeza.
Existem quatro indicadores que ajudam a entender o que se passa com sua moto. Eles estão a seguir.
Tempo de atividade
Um dos principais, o tempo de vida de seu automóvel ou moto pode indicar uma diminuição do seu desempenho. Isso é um comportamento normal, já que, conforme o tempo passa, as peças tendem a ficar desgastadas e, até, obsoletas. Por isso, esse acaba por ser um bom indicador de que será necessário diminuir o intervalo das manutenções.
Desempenho
Esse tem relação com o nível de performance do veículo. É muito comum que, conforme as peças se desgastam, o automóvel já não demonstre a mesma eficiência de antes.
Começa-se a não ter mais tanta velocidade, a demorar para funcionar, apresentar barulhos estranhos, etc. Nesse sentido, o motorista pode determinar que, quando a máquina começar a exibir esse tipo de problema, é hora de fazer a manutenção.
Hora de atuação
Apesar de esse ser um indicador que pode ser confundido com o tempo de atividade, ele não se trata do tempo em que a máquina tem de existência, mas sim, de por quantas horas é utilizada.
Existem pessoas que usam seus automóveis por algumas horas ou, até, dias. Mas há motoristas que utilizam como instrumento de trabalho, o que significa um uso intenso e que pode desgastar as peças com mais rapidez que o outro caso. Portanto, quanto maior o uso, mais será preciso realizar a manutenção preventiva.
Critério misto
Por fim, temos um indicador que é a junção dos dois anteriores para definir se há ou não necessidade de manutenção. A primeira condição percebida indicará a necessidade de uma avaliação.
Por exemplo: caso a motocicleta esteja com problemas de desempenho ou tenha mais de cinco anos de existência. Qual dos dois acontecer primeiro, mostrará que é a hora de fazer a manutenção preventiva.
4. Como se diferencia dos outros tipos de manutenção?
Não existe apenas um tipo de manutenção quando falamos sobre consertos de peças. Além da preventiva, outras duas bastante comuns são a corretiva e preditiva. Ambas utilizam alguns critérios e, inclusive, podem ser feitas em conjunto. Vamos entender mais a seguir!
Preditiva
Essa funciona como um complemento da preventiva, não exatamente substituindo, mas trabalhando em conjunto. Ela é uma parte importante para analisar o que acontece com o veículo, já que seu fundamento é a análise das peças a partir do monitoramento.
O seu objetivo é, mediante a observação, prever o que acontece e, assim, evitar que uma falha maior ocorra. Existem muitas formas de realizar essa manutenção, as visitas periódicas ao mecânico são um exemplo, mas também a própria observação do motorista que, nesse caso, passa a avaliar as características do veículo e, até, fazer comparações com o desempenho anterior.
Umas das grandes vantagens dessa manutenção é que ela evita a necessidade de desmontagens desnecessárias, além de reduzir as chances de falhas.
Corretiva
A segunda manutenção é a mais severa, pois é realizada quando o dano já atingiu o automóvel, impossibilitando que ele seja funcional. Ela pode ser solicitada tanto para a correção de falhas e quebras quanto para panes no sistema.
O objetivo é consertar o problema, mas também trazer as peças do veículo para as condições originais. Ao contrário das outras, que apresentam um caráter de precaução, essa não é programada e ocorre quando a falha impede o veículo de funcionar normalmente.
5. Quais são os benefícios da manutenção preventiva?
Já compreendemos como a manutenção preventiva é uma forma de se assegurar contra as falhas e podemos dizer que essa é uma das suas principais vantagens. Porém, além disso, existem outros benefícios de escolhê-la. A seguir, vamos conhecer quais são. Confira!
Peças conservadas
A periodicidade é uma característica fundamental para essa manutenção e garante uma conservação maior das peças. Isso porque, como é necessário fazê-la em intervalos de tempo, ocorre a avaliação das condições das peças constantemente.
Sendo assim, garante que, quando as falhas apareçam, elas já sejam sanadas. O que evita elas se tornarem mais graves, ao ponto de que a única maneira de repará-las, seja substituindo.
Evita a manutenção corretiva
Como vimos no tópico anterior, a manutenção corretiva seria o último estágio de conserto. Muito mais danoso, pois significa que a falha é tão profunda que afeta o desempenho total do veículo. Um bom exemplo são problemas no motor que o impedem de funcionar, como o desgaste total da peça pela falta de lubrificação.
O objetivo é sempre evitar que o dano seja muito grave. Por isso, realizar a preventiva é a melhor forma de monitorar o desempenho das peças e corrigir o quanto antes qualquer problema que possa aparecer.
Resolução de vários problemas
Uma das partes importantes da manutenção preventiva é que, inicialmente, é feita uma análise do automóvel. Essa avaliação tem o objetivo de identificar qual é o problema, mas é crucial para encontrar outros possíveis danos enquanto ainda não são tão perceptíveis.
Sendo assim, é mais eficiente para aplicar as soluções necessárias e garantir que os problemas sejam resolvidos o mais rápido possível. Também evita a sobrecarga, já que quando uma peça não está funcionando corretamente, a tendência é que outros componentes se sobrecarreguem.
Garante a longevidade
A identificação dos problemas, antes que eles cheguem a um nível realmente grave, proporciona uma vantagem em relação ao tempo. Isso porque, quando um defeito não é resolvido de imediato, ele pode se agravar e, até, afetar outras peças, prejudicando o desempenho do veículo ao longo do tempo.
Logo, o reparo instantâneo que a manutenção preventiva garante traz melhores chances de longevidade para as peças e para o tempo de operação do veículo. Isso faz com que o proprietário aproveite todo o potencial de seu automóvel.
Mais tempo para avaliar os custos
Outra grande vantagem está relacionada à economia. Afinal, com a manutenção preventiva e a identificação antecipada da necessidade de novas peças ou componentes, o motorista tem condições de fazer pesquisa dos preços. Ele pode avaliar quais são as melhores ofertas e, até, comprar itens antecipados para quando houver um problema.
O que é totalmente diferente da manutenção corretiva, já que o dano acontece sem aviso. O motorista, na ânsia de resolver, decide por peças sem ter a oportunidade de pesquisar os melhores preços. Assim, arca com valores altos para poder voltar a usar seu veículo.
Facilidade para a organização
A análise prévia das peças e em intervalos de tempo garante outra vantagem para o motorista: organização. Afinal, ele saberá qual é a necessidade de seu veículo e poderá se organizar para agendar consertos e, até, para comprar as peças necessárias.
Isso facilita muito a vida de quem utiliza a moto ou carro como instrumento de trabalho. Afinal, é possível se preparar para os períodos em que não se usa o veículo e programar as manutenções para os dias em que não está em serviço.
6. Como fazer a manutenção preventiva?
Já entendemos como a manutenção preventiva é uma ótima maneira de evitar que danos prejudiquem o desempenho de seu veículo. Portanto, é uma iniciativa essencial para mantê-lo conservado e ter mais longevidade de uso.
Porém, como fazê-la? Neste tópico, resolvemos dividir em duas partes. A primeira trará dicas mais gerais relacionadas à organização para realizar a manutenção. A segunda, é específica para a realidade de quem tem uma moto ou um carro. Veja a seguir!
Dicas gerais de manutenção
Elabore um plano de manutenção preventiva
Como primeira etapa, essa é uma dica que funciona para a manutenção de qualquer tipo de equipamento. Nesse caso, o foco é pensar em algumas perguntas que ajudem a organizar a manutenção preventiva. Algumas ideias são:
- Há danos no funcionamento ou nas peças?
- A manutenção preventiva ajudará a diminuir as falhas no desempenho do meu equipamento?
- Se encontrar falhas, o reparo reduzirá os seus problemas e seus impactos?
- Será uma iniciativa que ajudará a detectar previamente os erros funcionais?
Para que você tenha certeza de que a manutenção é uma boa escolha, uma dessas perguntas devem ser respondidas de forma afirmativa.
Analise as respostas
Agora, é hora de analisar as respostas e fazer uma avaliação de quais são as causas dos problemas. Esse será um bom momento para avaliar quais são as consequências dessas falhas para o desempenho de seu veículo.
Aproveite para coletar algumas informações específicas sobre o comportamento das peças. Por exemplo, o tempo total de uso, o período que leva para que elas apresentem algum desgaste, quando foi a última vez que foram consertadas, etc.
A partir dessas informações, você terá como entender quanto tempo leva para que determinada parte do seu veículo precise de manutenção.
Separe as peças por funcionalidade
Essa é uma fase que servirá de complemento para a análise. É recomendado que as peças de seu veículo sejam separadas de acordo com a importância, dificuldade para conserto e funcionalidade. Isso ajudará você a priorizar o período para a manutenção das peças, definindo quais serão as primeiras trocas com mais segurança.
Uma dica complementar é a utilização da classificação ABC: separe as peças em tipo A — alta prioridade, tipo B — média e tipo C — baixa. Assim, terá mais facilidade em identificá-las e saberá qual delas necessitará de mais atenção.
Dicas para a manutenção do seu veículo
Atenção à lubrificação da corrente
Geralmente, as correntes são peças bastante expostas às condições do dia a dia. Poeira e chuvas são alguns dos fenômenos que podem atingir essa parte e causar um grande estrago ao longo do tempo, desgastando a peça e também a coroa e o pinhão.
A lubrificação da corrente é recomendada a cada 500 km rodados. Porém, isso ocorre em situações em que não há exposição nenhuma da motocicleta. Condição que dificilmente aconteceria para quem usa no dia a dia. Portanto, o ideal é manter uma lubrificação antes de atingir.
Cuide do nível de óleo do motor
O motor é uma peça fundamental para qualquer veículo. Ele é o responsável por converter a energia e fazê-lo rodar. Então, merece uma atenção redobrada, especialmente, quando se trata da sua lubrificação.
É importante que ele seja checado a cada 1000 km, já que o óleo tem o papel de resfriá-lo internamente e evitar que a peça se desgaste ao longo do tempo, já que ameniza o atrito do câmbio.
Nesse processo, se for verificar o óleo sem ajuda profissional, procure anotar as especificações do material, como quem são os fabricantes, prazos de substituição e o nível de viscosidade. Essas são informações importantes para as trocas futuras.
Cheque os freios
É inegável a importância dos freios e a sua checagem deve ser vista como um dever, mesmo que a intenção não seja realizar a manutenção preventiva. É aconselhável fazer uma vistoria na peça a cada 1000 km, verifique tanto o freio a disco da roda dianteira quanto o de tambor da traseira.
Veja se a espessura das pastilhas do freio dianteiro não estão com menos de 1mm. Agora, em relação ao tambor, analise se as sapatas não estão com folga. Ela não deve ultrapassar 3cm.
Avalie o uso da bateria
Por fim, a bateria precisará de um esforço a mais, já que não é tão simples analisar o seu nível de carga. Como uma peça composta de 70% água e 30% de ácido sulfúrico, ela é a principal responsável por garantir energia elétrica para uma moto ou carro. Alguns hábitos são importantes para evitar o desgaste dessa peça.
Por exemplo, evite ligar a moto com o farol aceso, para preservar a longevidade da bateria. Também tenha atenção aos níveis de seus componentes, caso tenha alguma irregularidade com a quantidade de água, é possível que ela entre em um curto-circuito. Por isso, a cada 3 meses, é aconselhável fazer uma inspeção para verificá-la.
7. O que deve ser analisado?
A manutenção preventiva é uma ótima ferramenta para avaliar o grau de desempenho das peças de sua moto. Essa é uma boa oportunidade para avaliar os diferenciais de cada marca. No entanto, entenda que existem algumas partes fundamentais quando se trata desse tipo de revisão automotiva e que devem ser analisadas sempre.
As principais são:
- pneus e rodas: essa é uma análise que deve acontecer a cada 7 dias ou duas semanas. Procure ver o nível de conservação dos pneus, também a calibragem e se o ar não está vazando. Por fim, atenção ao balanceamento e alinhamento;
- luzes: elas são peças importantes, já que garantem visibilidade para paisagens noturnas. É fundamental verificar se todas acendem e se as lâmpadas têm uma potência satisfatória;
- cabos: examine a conexão dos cabos e o nível de conservação. Para cabos de embreagem, lubrifique com óleo fino a cada 30 dias, isso ajudará a diminuir o atrito;
- carburador: uma peça fundamental para equilibrar o combustível e o ar, garantindo, assim, que o veículo não perca a potência. Apesar de ser uma peça obsoleta para modelos novos de motocicleta, ainda é possível encontrar motos que tenham essa peça. Por isso, é aconselhável fazer a limpeza periódica para conservá-lo.
8. Quais cuidados ao fazer a manutenção preventiva?
Já percebemos, ao longo deste texto, que a manutenção preventiva é fundamental para a conservação das peças. No entanto, por mais que seja uma forma de manter a longevidade do seu veículo, ainda assim, é preciso ter alguns cuidados para realizá-la. Aqui, vamos apresentar para você quais são. Confira!
Informe-se
Você provavelmente levará a sua moto a um mecânico para realizar a manutenção. Procure se informar sobre os procedimentos necessários e sobre o estado das peças. Tenha anotado o tempo de uso e, se possível, o desempenho da parte com problema. Isso será importante para não ser enganado ou, mesmo, para auxiliar o profissional que vai verificar a sua moto.
Tenha um cronograma
Uma das características principais da manutenção preventiva é que ela é feita periodicamente. Como cada peça tem uma necessidade específica, quando se trata de inspeção, é interessante criar um cronograma que contemple cada parte do equipamento.
Você pode utilizar as informações que capturou enquanto analisava o seu veículo. Especialmente, as de desempenho e de manutenções anteriores. Saber quando uma peça apresentou problemas e o porquê pode ajudar a prever quando haverá uma próxima falha.
Seja consistente com o planejamento
O cronograma será uma ferramenta importante para que você não perca qualquer data para a avaliação do seu veículo. Porém, mais do que ter tudo anotado, é fundamental que se coloque em prática.
Nesse sentido, se você usa a sua moto como instrumento de trabalho, prepare-se para os dias em que ela ficará na manutenção. Organize-se para que esse momento realmente aconteça e para colocar em prática o seu cronograma.
Procure economizar
As peças podem ser um problema quando o assunto é dinheiro. Algumas são mais caras que outras, justamente pelo seu nível de importância. Mas características como a marca e a qualidade podem fazer toda a diferença em relação ao preço.
Como a manutenção preventiva tem o foco em preservar ao máximo os componentes do veículo, esse pode ser um assunto que chame menos atenção. Porém, haverá um momento em que será necessária a troca total.
Por isso, priorize o custo-benefício. Faça pesquisas e converse com pessoas que entendam do assunto antes de adquirir as peças para a sua moto. Com o apoio de uma consultoria competente, você poderá realizar as manutenções com tranquilidade e eficiência.
Você pode ver, neste texto, os principais pontos da manutenção preventiva, uma ferramenta fundamental para quem pretende conservar ao máximo o seu veículo e quer evitar que as falhas e defeitos se tornem potencialmente irreversíveis.
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